Publicado em
02/10/2024
A atual edição da Revista é fruto da parceria entre o Sefras - Ação Social Franciscana e a Campanha da Fraternidade 2025, que traz o tema Fraternidade e Ecologia Integral.
Por Elvis Marques
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Debaixo de um pé de mangaba – fruto encontrado em abundância no bioma Cerrado – mais de 100 pessoas, de diversos lugares do Brasil, se reuniram para a cerimônia de abertura do Seminário Nacional da Campanha da Fraternidade 2025, realizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF), entre os dias 26 e 29 de setembro.
Foi neste espaço, no planalto central, que parte da equipe da Revista Casa Comum e do Sefras – Ação Social Franciscana lançou, na noite do dia 26, a 10ª edição da publicação, cuja temática principal é “Somos Natureza: a necessária conversão ecológica”, inspirada na temática de 2025 da Campanha da Fraternidade (CF): “Fraternidade e Ecologia Integral”.
“Lançar a Revista Casa Comum juntamente com a CNBB é um marco para nós franciscanos, para o Sefras e para a equipe da publicação, frente a esse momento de necessária visibilidade e incidência para a agenda socioambiental”, analisa Fábio Paes, coordenador de incidência política do Sefras – Ação Social Franciscana e da Revista Casa Comum.
O coordenador explica que a revista tem o dever da escuta e da promoção da pluralidade de vozes a cada tema, por isso a necessidade de ampliar o seu alcance. “Para nós, essa décima edição traz um compromisso para a revista, de servir para a estratégia da CF, além de começarmos em mutirões para replicarmos esses conteúdos.”
O que é a Campanha da Fraternidade
Ano a ano, os bispos membros do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) da CNBB, a partir das sugestões vindas dos núcleos regionais da Conferência, dos organismos do Povo de Deus, das ordens e congregações religiosas e dos fiéis leigos e leigas, escolhem um tema e um lema para a Campanha da Fraternidade, com o objetivo de chamar a atenção sobre uma situação que, na sociedade, necessita de mais atenção, em vista do bem de todos.
> Para saber mais, confira: Campanha da Fraternidade 2025 – conheça o tema, a identidade visual e a oração
Por uma Ecologia que envolva todos os seres
O conceito de Ecologia Integral engloba a necessidade de mudanças radicais de estilo de vida, do modelo econômico vigente, da forma de ser e estar no mundo e no modo de relacionar-se com o Planeta.
Jean Poul Hansen, secretário executivo de Campanhas da CNBB, destaca que, embora essa conceituação ainda não existisse há vários séculos, a Igreja Católica já abordava, em seus documentos internos e externos, a importância da Ecologia Integral e essência, e apontava os desafios para a humanidade neste aspecto.
A Campanha de 2025 representa a nona vez que o termo Ecologia aparece, de alguma forma, na Campanha da Fraternidade, sendo o tema mais abordado pela iniciativa.
“Precisamos ouvir as vozes e os gritos dos pobres e da Terra porque são os que mais sofrem. Os gritos da Terra podem ser ouvidos diante dos incêndios, desmatamentos e poluição”
Padre Jean Poul Hansen
Trabalho em rede
A décima edição da Revista Casa Comum foi planejada pelo Sefras – Ação Social Franciscana e pela equipe da Revista Casa Comum em parceria com a Campanha da Fraternidade e com a colaboração de um comitê externo, que contou com a participação de diversas pessoas conectadas à temática ambiental e outros especialistas.
Durante o lançamento, Jean Poul comentou que esse número da revista é especial por se conectar ao movimento da CF 2025. “Esse tema foi escolhido pelos bispos, entre outras coisas, por conta dos 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis. A partir daí nasceu essa parceria linda e frutuosa entre a CF e a Revista Casa Comum.”
De acordo com Jean Poul, a revista é uma extensão do texto-base da CF, e, enquanto material de comunicação, deve alcançar todos os ambientes e públicos. “O texto-base e os subsídios da Campanha circulam no interior das nossas comunidades. Já a Revista Casa Comum tem a vocação de circular para fora da igreja, na sociedade, levando o evangelho da criação e a proposta de uma conversão ecológica.”
A revista como instrumento de formação
O jovem Filipe Augusto Soares da Silva, pedagogo e estudante de psicologia, vive no município de São Mateus, no Espírito Santo, e contou, durante o seminário, que conheceu a Revista Casa Comum em um evento da juventude em Brasília.
“Recebi a publicação, levei para a minha casa, li e achei que o pessoal do meu trabalho iria gostar daquela edição sobre política [a 8ª edição da Revista, que pautou ‘Reencantar a política: pela mobilização das urnas e das ruas’. Acesse]. O interessante é que pensei que seria uma revista da igreja, mas descobri que é ecumênica [ecumênico é o termo designado para a união de diferenças crenças e ideologias] e trata de temas diversos. E o bonito disso é que levei para amigas que não têm religião, e que ficaram encantadas com o conteúdo da revista.”
Filipe integra, ainda, um projeto que atua por uma educação emancipatória para adolescentes e jovens de comunidades periféricas.
“Eu e uma amiga, que realizamos algumas oficinas, pegamos alguns textos da revista e começamos a utilizar nas formações para uma educação que leve esses meninos e meninas a refletir sobre os temas abordados.”
Já Flávia Aparecida, animadora da equipe de campanhas da Arquidiocese de Mariana (MG), compartilhou, durante o Seminário, que vai se comprometer a utilizar a 10ª edição da publicação em preparação para a Romaria da Terra e das Águas, que será realizada na região mineira em 2025.
Confira abaixo o depoimento de Filipe Augusto e mais.
Saiba mais
A 10ª edição da Revista Casa Comum já está disponível para download. Clique aqui e acesse a aba ‘edições’.
*As fotos da reportagem são de Elvis Marques, jornalista da equipe da Revista Casa Comum que esteve presente no Seminário.
Evento acontece entre 26 e 29 de setembro, em Brasília, com o objetivo de preparar os articuladores da Campanha da Fraternidade 2025.
Publicado em
12/09/2024
O caminho que se apresenta é a conversão ecológica, ou seja, uma mudança radical na qual, ao invés de explorar o planeta, a Natureza e a vida até a exaustão, é necessário aprender a cuidar da Terra e uns dos outros, em uma lógica de inter-relação, cultivo e cuidado.
Publicado em
17/09/2024
Bate-papo online contou com a participação de Vanessa Hasson, advogada e doutora em Direitos da Natureza e Thalia Silva, ativista e educadora ambiental.
Publicado em
20/09/2024
