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Coluna Paulus Social

Publicado em

17/09/2024

As tecnologias digitais a favor da ecologia integral

Conheça aplicativos digitais e da inteligência artificial que auxiliam no enfrentamento à emergência climática e, também, contribuem para evitá-la.

Por Ângela Paula Gouveia*

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As tragédias climáticas que temos acompanhado por todo o planeta, mas de modo particular as enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul no final de 2023 e início de 2024, mostram que precisamos mudar de estilo de vida e de mentalidade. Para tal, a tecnologia pode ser uma preciosa aliada, sobretudo por meio dos aplicativos digitais e da inteligência artificial.

Comecemos pelo mais emergencial. Durante a catástrofe no RS, inúmeros recursos digitais auxiliaram as pessoas, evitando uma tragédia ainda maior. A plataforma “SOS RS” (sosrs.net.br/) é um exemplo. Criada por um grupo de professores em menos de 24 horas, o aplicativo serviu para centralizar pedidos de socorro e de ajuda, evitando a dispersão de recursos e esforços, e otimizando o tempo de reação, fundamental naquele momento de desespero. Cada pedido de ajuda automaticamente se transformava em um ponto de localização, traçando no mapa a rota para poder chegar até lá. O mais interessante é que o mesmo aplicativo dava a possibilidade de qualquer voluntário se candidatar para responder àquele pedido específico, na seção: “Consigo resgatar”. Milhares de pessoas foram assim conectadas e conseguiram se salvar.

Serviços similares foram oferecidos pelas plataformas “Meu lar de volta”, “AjudeRS”, “Estou salvo”, entre outros, sempre com a dupla conexão: “preciso de ajuda” e “posso ajudar”. Paralelamente, outras plataformas procuravam organizar e otimizar as doações e a distribuição de alimentos e materiais diversos, como os aplicativos “Constrói RS”, “Unidos pelo Rio Grande do Sul”, “Pontos de coleta RS” e “SOS Rio Grande do Sul”.

Outras plataformas merecem ser destacadas pela intensa atuação junto aos desabrigados. Grande repercussão teve o trabalho realizado pelo Instituto Colo de Mãe, que utilizou as redes digitais, sobretudo o Instagram (@somoscolodemae), para difundir o apoio que fornecia para pessoas autistas em abrigos. Nessa situação de emergência, foi fundamental pensar também nos animais. Quem não recorda das imagens do Caramelo, cavalo que se tornou símbolo da resistência e da garra do povo gaúcho? Nesse sentido, a mobilização realizada virtualmente pela plataforma “Achar meu Pet – RS” foi extraordinária. Criado para ajudar tutores a encontrarem seus pets em abrigos e para que pets perdidos possam encontrar um novo lar, o app apresenta fotos e a possibilidade de realizar cadastros detalhados.

A tragédia climática no Rio Grande do Sul nos mostrou que digitalmente também é possível se mobilizar e contribuir para encontrarmos, juntos, soluções de assistência e solidariedade, construindo assim uma cidadania digital sólida. A partir desse exemplo concreto, emergencial, vimos como as tecnologias digitais podem auxiliar no enfrentamento dos desafios ligados à Ecologia Integral, atendendo à emergência climática, mas também contribuindo para evitá-la.

Segundo um estudo realizado pela Deloitte em parceria com o Global e-Sustainability Initiative, intitulado “Delivering a SMARTer2030” (disponível em inglês em: bit.ly/RCC_10_44), as inovações tecnológicas são fundamentais na viabilização dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Organizações das Nações Unidas (ONU), por exemplo, monitorando áreas para evitar incêndios e desmoronamentos, aumentando a produtividade da indústria sem aumentar o consumo de energia elétrica, implementando inovações nas lavouras que controlam o uso dos recursos naturais, ou, ainda, reduzindo o consumo de combustíveis e a emissão de CO2 nas cidades.

A empresa Scipopulis (bit.ly/RCC_10_45), por exemplo, desenvolveu algumas soluções com bons resultados, como o Trancity, um painel web de monitoramento de análise de cidades, com informações de mobilidade e infraestrutura urbana, assim como a plataforma Plancity, que integra, processa e apresenta de forma visual uma série de dados a fim de otimizar a tomada de decisão, o monitoramento e o planejamento de cidades.

Outro exemplo concreto é a PrevisIA (previsia.org.br), plataforma que utiliza a inteligência artificial para indicar áreas sob risco de desmatamento na Amazônia e, com isso, fornecer dados para evitá-lo. Isso ocorre por meio de um algoritmo que analisa variáveis como a presença de estradas legais e ilegais, o desmatamento já ocorrido, classes de territórios, distância para áreas protegidas, rios, topografia, infraestrutura urbana e informações socioeconômicas.

No nível pessoal, também é possível contribuir para a conversão ecológica e a busca de um desenvolvimento sustentável e integral. Nesse caso, você pode optar por utilizar alguns aplicativos que ajudam na educação ambiental e na multiplicação de comportamentos sustentáveis, como as dicas a seguir.


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