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Na Prática

Publicado em

24/08/2022

De ferramenta de denúncias de conflitos a maior participação da juventude na política

Por Elvis Marques

Ato contra os cortes na educação, Curitiba (PR). Foto: Dayse Porto

Nos últimos meses, diversas problemáticas vinculadas à Amazônia brasileira estão no centro dos debates nacionais e internacionais. Garimpo ilegal, perseguição e assassinato de defensores de direitos humanos, invasão de terras indígenas, além de altos recordes de perda de vegetação. 

No fim do primeiro semestre deste ano, o mundo acompanhou, dia após dia, a procura pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, no Amazonas. Encontrados em meados de junho, infelizmente, sem vida.

Iniciativas, como o Mapa de Conflitos, contribuem para a visibilidade e denúncia dos inúmeros problemas presentes na Amazônia. Em contraponto, organizações, como a Via Campesina, além de denunciar, apontam caminhos para a conservação de outro bem precioso para os povos e comunidades originárias: as sementes. 

Para enfrentar os desafios do campo dos direitos humanos e socioambientais, um projeto voltado aos jovens brasileiros apresenta um percurso para organizar debates públicos nas escolas. A Ashoka Brasil entende que o voto é importante, mas é preciso ir além e debater políticas públicas e envolver toda a sociedade na proposição de novos caminhos para um país melhor. Confira:

Mapa de Conflitos

A Amazônia Legal engloba nove estados brasileiros: Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Acre, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão. Uma região com mais de 5 milhões de km², o que representa dois terços do país. 

O território amazônico concentra cerca de 55% de todos os conflitos registrados no campo entre os anos de 2011 e 2020, conforme o Mapa dos Conflitos – projeto desenvolvido pela Agência Pública de Jornalismo Investigativo e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Em uma página interativa na internet, é possível navegar por diversas temáticas relacionadas aos conflitos no campo, como desmatamento, queimadas, violência, desigualdade, agrotóxicos, água e mineração. Veja alguns dos principais dados de 2011 a 2020 reunidos:

  • 583 municípios afetados por conflitos
  • Mais de 300 assassinatos
  • Mais de 7 mil ocorrências de conflitos registrados
  • Mais de 100 mil famílias afetadas
  • Mais de 2 mil vítimas de violências

O Mapa dos Conflitos faz parte do especial Amazônia sem lei, cujo objetivo é investigar e denunciar as situações de violência relacionadas à regularização fundiária, à demarcação de terras e à reforma agrária na Amazônia Legal e no Cerrado.

>> Confira em mapadosconflitos.apublica.org

Boletim Mundo Amazônia

De iniciativa do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), o Boletim Mundo Amazônia tem como objetivo fortalecer a capacidade de proteção e ressonância pública das atividades dos defensores ambientais e dos direitos humanos no território amazônico. 

Por meio de um mapeamento na região e das comunidades, a publicação identifica causas, coações e formas de violência e criminalização, além de propor ações para prevenção da violência, desenvolvendo uma rede e ambientes seguros e de confiança.

O produto está em sua sexta edição, e trata, dessa vez, sobre a luta dos defensores ambientais.  

>> Acesse e baixe gratuitamente todas as edições do boletim

Sementes históricas

Há 19 anos nasceu a Campanha Global pelas Sementes Camponesas, de iniciativa da Via Campesina, uma organização internacional composta por movimentos e organizações sociais de camponeses de diversas partes do mundo. Para a entidade, as sementes são um patrimônio dos povos originários e campesinos.

De acordo com a Via Campesina, a campanha surgiu com as lutas históricas que diversas comunidades camponesas e povos indígenas ao redor do mundo vêm desenvolvendo para defender os seus sistemas de sementes camponesas que cuidam e alimentam a humanidade de forma cíclica, holística e harmoniosa. 

“É uma resposta dos povos às tentativas permanentes do poder corporativo de monopolizar e privatizar nossa história, nosso patrimônio, nossas sementes. As sementes são a vida, cultura e dignidade necessárias para construir a soberania alimentar”, pontua a Via.

Por toda essa importância das sementes, a Via Campesina lançou uma série de publicações intitulada Construindo conhecimento compartilhado sobre sementes camponesas

>> Saiba mais em Sementes na Cultura Camponesa e Indígena
>> Conheça a Via Campesina no Brasil

Cultura democrática na escola é agora

O processo eleitoral de 2022 já conta com mais de 2 milhões de novos eleitores entre 16 e 18 anos que podem exercer o direito ao voto, pela primeira vez, em outubro deste ano. A organização Ashoka Brasil entende, a partir de um trabalho desenvolvido com o público jovem, que só o voto não basta

“É preciso conversar com sua comunidade sobre os políticos que poderão representar você. E, também, é preciso fazer as demandas sociais das juventudes chegarem até eles. Acreditamos que a escola pode ser um espaço onde o debate público com respeito é a norma, onde todos desejam e podem participar”, destaca a entidade.

Para atingir esses objetivos acima elencados, a organização apresenta a publicação Cultura Democrática na Escola É Agora – Percursos de debates públicos liderados por jovens, material com dicas práticas para organizar debates públicos nas escolas, pensando na coletividade, na tolerância às diferenças e no reconhecimento do outro. 

A publicação desenvolvida é um convite, segundo a Ashoka, para que as juventudes e suas comunidades reflitam sobre a organização política a partir do ambiente escolar, o que deve contribuir para a proposição de soluções para problemas sociais.

>> Acesse a publicação Cultura Democrática na Escola é Agora

Instituto PACS

O Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) é uma organização da sociedade civil, fundada em 1986, por economistas latino-americanos que voltavam do exílio, após mais de uma década de ditaduras militares.

“Somos uma organização que atua a partir do tripé informação, educação e incidência sobre os centros de poder e inovações na práxis do desenvolvimento e da democracia”, expõe a entidade. “O PACS, desde o seu nascimento, sempre apontou críticas e alternativas para o país”, acrescenta Sandra Quintela, do Jubileu Sul e presidente do Instituto. 

Atualmente, o PACS atua, principalmente, com atingidos por megaprojetos, agroecologia, comunidades impactadas pela mineração e siderurgia, comunidades da Zona Oeste do Rio de Janeiro, grupos auto-organizados de mulheres e em articulações e redes. 

>> Saiba mais sobre o Instituto PACS
>> Acesse também a Biblioteca Berta Cáceres do Instituto

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