Publicado em
25/08/2022
A Revista Casa Comum surge num contexto adverso de mundo. Estamos diante de dados alarmantes acerca da ecologia, das desigualdades sociais e também de riscos eminentes da democracia. Por isso, identificar e refletir sobre este momento que estamos vivemos, ainda mais no ano de 2022, é imprescindível para qualquer exercício narrativo e interpretativo da história.
Neste semestre, inclusive, recordamos os 200 anos da Independência do Brasil que revela, desde Cabral até nossos dias, diversas mazelas, com aprofundamento do racismo e do genocídio contra negros e indígenas, denunciando um contexto criminoso estrutural e histórico. Um país que ainda tem um longo caminho para alcançar a sua autonomia e a soberania popular.
Outro elemento histórico deste período do ano é o “Outubro das Urnas” que coloca o país em um de seus maiores desafios: votar pela democracia, em combate à fome, contra projetos de morte das nossas florestas e de seus guardiões e a favor da proteção de todos os povos tradicionais e originários. Prestamos nossa homenagem a estes defensores, principalmente ao indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e ao jornalista inglês Dom Phillips, que perderam recentemente suas vidas no Vale do Javari.
É diante desse contexto, de desafios, mas de muita resistência e esperança, que a Revista Casa Comum se soma às mobilizações pela democracia, pela justiça e pela defesa de toda forma de vida, como fonte de informação, de reflexão e de vozes do chão de um país tão amplo e diverso. Não há como falar de direitos sem falar de democracia, assim como não há como falar de democracia sem direitos. E, hoje, somos um país faminto de direitos.
Ao longo das próximas páginas, trazemos dados, análises e pistas que instigam para a reflexão sobre este momento histórico, do mesmo modo, compartilhamos experiências, iniciativas e formas de ação e engajamento para a construção de um projeto de país com diversidade, tolerância e compromisso com a integridade ecológica, que se inicia com a atitude crítica diante do voto e se fortalece nas práticas do dia a dia.
Inspirados pela visão do Papa Francisco, temos o dever de: “Encantar a Política”. Esperamos que esta segunda edição seja, mais uma vez, um convite para que, enquanto cidadãos e cidadãs, possamos assumir sempre o compromisso pela busca do bem da nossa Casa Comum.
Boa leitura!
>> Veja o debate de lançamento da 2ª ed.: