Publicado em
22/04/2025
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“Cantar, dançar, interpretar, escrever poesia, contar uma história, fotografar, tocar um instrumento, grafitar, fazer uma rima, e tantas outras formas de construir saberes e se expressar, são caminhos que nos levam, enquanto indivíduos, comunidade e sociedade, ao Sol. Esse Sol metafórico, figura de linguagem muito utilizada nos processos poéticos, pode ter muitos significados, como: bem-estar, sentido da vida, um mundo melhor, um local iluminado, o local onde a vida é mais bonita e aquecida.”
Esse trecho de reflexão que abre a Trilha de Saberes da 12ª edição da Revista Casa Comum dá o tom do roteiro formativo: uma reflexão sobre a importância da cultura na vida de todas as pessoas, que, portanto, podem – e devem – ser agentes culturais de cultivo do cuidado.
A Trilha, realizada em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom), debate, nesta 12ª edição, aspectos fundamentais da cultura, como sua própria definição e seu caráter de ação política. O trecho de Marilena Chauí, por exemplo, ajuda a compreender que cuidado é esse quando fala-se sobre cultura:
“A palavra cultura, vinda do verbo latino colere, significa o cultivo, o cuidado. Inicialmente, era o cultivo e o cuidado com a terra, da agricultura, com as crianças, da puericultura, e com os deuses e o sagrado, do culto. Como cultivo, a cultura era concebida como uma ação que conduz à plena realização das potencialidades de alguma coisa ou de alguém; era fazer brotar, frutificar, florescer e cobrir de benefícios.”
Sobre a Trilha de Saberes
A cada edição, a Revista Casa Comum traz à tona uma série de conteúdos que buscam ampliar a compreensão de diferentes públicos sobre as pautas de direitos fundamentais, bem como gerar e produzir conhecimento, possibilitando uma formação permanente para quem atua e para quem quer atuar nessas agendas.
Assim, a Trilha se propõe a apresentar um caminho para que todos e todas que promovem formações com grupos, coletivos, movimentos, espaços escolares etc., possam explorar todo o conteúdo da Revista em momentos de encontros, rodas de conversa e formações, incentivando a reflexão e o engajamento de cidadãos e cidadãs em iniciativas de transformação social.
Por dentro do tema
Como de costume, a parte introdutória da Trilha de Saberes, dedicada à apresentar o tema em questão, aborda que a cultura não é apenas decorativa ou entretenimento, algo supérfluo, mas colabora com o desenvolvimento econômico e social de um país, sendo, portanto, meio para a participação política e um instrumento de resistência, denúncia e divulgação de desejos.
Nesse sentido, para alcançar seu objetivo de convidar as comunidades para serem agentes culturais de cultivo de cuidado, o roteiro formativo se baseia na proposta de Ana Mae Barbosa, arte-educadora brasileira, referência mundial na área, que sistematizou a Abordagem Triangular do Ensino das Artes e Culturas Visuais.
A proposta aborda a promoção da arte e cultura tanto em espaços educativos formais, como as escolas, e também não formais, como museus, centros culturais e comunitários etc, tendo base nas ideias do educador Paulo Freire. E esse processo pode ser dividido em três momentos: ler arte (relacionado à ‘observação’), fazer arte (relacionado à prática) e contextualizar arte (relacionado ao processo de conectar reflexões e produções).
Propostas práticas
Como a atual edição da Trilha fala de arte e cultura, não poderia ser diferente: o roteiro formativo traz diferentes momentos de observação e análise de práticas e intervenções artísticas, como a leitura das imagens do Retrato Brasil da 12ª edição.
Entre as outras propostas estão o mapeamento de agentes culturais locais, a leitura dos textos da edição, discussões sobre o que mobiliza cada pessoa presente na dinâmica, a escuta de músicas e videoclipes, leitura de poesias, entre outras.
Por fim, a proposta ‘Agir’ dessa edição do roteiro envolve a criação de uma ação de artivismo, ou seja, uma mobilização ativista sobre um tema importante na comunidade ou cidade, por meio da arte. Será necessário que cada grupo debata uma urgência do território a ser abordada e o tema que ela se relaciona, e a linguagem a ser utilizada: desde poesia, fotografia, teatro, até lambe-lambe ou grafite.
Acesse e saiba mais
A Trilha de Saberes faz parte integrante do corpo da Revista Casa Comum. O material estará sempre disponível ao final dos conteúdos de cada edição.
Não deixe de acessar o site da revista e conferir o roteiro na íntegra.