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Publicado em

24/04/2025

Crianças mostram como a arte conecta pessoas



Por Mayara Penina, do COLO – Coletivo de Jornalismo Infantojuvenil

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Você já imaginou um mundo sem música, sem desenhos, sem histórias, sem arte?

A arte é fundamental para a vida de todos nós. Por meio dela, dá para explorar a criatividade, entender melhor os próprios sentimentos, aprender a se expressar e desenvolver habilidades importantes, como resolver problemas. Além disso, a arte ajuda a conectar as pessoas e ensina sobre diferentes culturas e jeitos de viver.

E a escola também é lugar de arte. É o que conta Luciana Haddad Ferreira, professora de pós-graduação em Educação na Pontifícia Universidade Católica (PUC) Campinas. Segundo ela, a arte vai além de complementar o que se aprende no colégio: “Ela nos ensina a nomear sentimentos, a compreender e a desenvolver outras linguagens para expressar melhor o que pensamos e sentimos. Acredito que esse é seu maior propósito.”

Para Luciana, o contato com a arte permite que crianças e adolescentes explorem experiências vividas pelas pessoas em diferentes épocas e lugares, porque tudo isso fica registrado em quadros, peças de teatro, músicas e muitos outros formatos artísticos. “Uma obra de arte pode provocar sentimentos únicos e nos ajudar a entender que muitas das nossas vivências são compartilhadas pela humanidade”, explica.

“Quando crianças e adolescentes entendem isso, começam a mudar a visão de que tudo o que se aprende na escola precisa ter uma aplicação prática”, conta Luciana. A professora explica ainda que a arte ajuda as crianças a aprenderem coisas novas, a crescerem com mais confiança e a entenderem melhor o mundo ao seu redor.

Por meio da música, do teatro ou do desenho, muitos meninos e meninas encontram, na criatividade, uma forma de superar desafios e inspirar mudanças em suas comunidades. Conheça algumas destas histórias:

Yalle Tárique. Foto: Guilherme Weber

Yalle Tárique de Menezes Andrade, de 12 anos, vive em Salvador, na Bahia, e descobriu a paixão pela escrita em um momento desafiador: a pandemia. Ele escreveu sua primeira carta, que se tornou o ponto de partida para uma rotina de escrita. Depois disso, nasceu seu primeiro livro, intitulado Diário de uma quarentena. “Eu adquiri o dom da escrita desde o ventre da minha mãe, que sempre foi uma leitora assídua”, conta. Yalle foi vencedor de concursos de redação e acredita que consegue levar a arte para outros meninos da periferia de Salvador como ele. “Não importa o tipo de história que eu escreva, minhas palavras contam sobre o meu dia a dia, minha comunidade e, acima de tudo, minha ancestralidade.”

Ana Gomes. Foto: Samuel Macedo

Ana Gomes de Macedo, de 11 anos, mora na cidade do Crato, no Ceará, e cresceu no mundo do teatro. Desde pequena, ela sobe no palco junto com sua família, que faz parte da Carroça de Mamulengos, um grupo teatral com quase 50 anos de história. “Quando eu ainda estava na barriga da minha mãe, já participava das peças”, conta Ana. Para ela, o teatro é como uma ponte que liga diferentes pessoas e culturas. “Aprendi a me comunicar e a entender melhor quem vem de lugares diferentes”, explica. Ana acredita que o teatro também ajuda a valorizar a diversidade do Brasil, que é cheio de culturas. “Os adultos têm a missão de ensinar as crianças a cuidar dessa riqueza cultural”, diz.

João Pedro. Foto: Arquivo pessoal

João Pedro, de 9 anos, mora em Americana, em São Paulo, e descobriu sua paixão pela música aos dois anos, quando começou a “tocar panelas” em casa. “Eu sempre gostei de fazer barulho e descobrir ritmos diferentes”, brinca. Hoje, dedica-se à bateria, inspirado por artistas da cidade onde mora. “Meu maior inspirador foi o Luquinhas, que tocava na igreja”. Para João Pedro, a música é uma maneira de desenvolver habilidades: “A música me ajuda muito na matemática”. Seu conselho para iniciantes? “Comece aprendendo a segurar a baqueta e explore os ritmos.” Ele também afirma: “Sinto liberdade e prazer ao tocar. Adultos têm a missão de ensinar as crianças a cuidar dessa riqueza cultural”, diz.

Benjamim Gomes. Foto: Arquivo pessoal

Benjamim Gomes Sonata Justino tem 6 anos, mora em Niterói, no Rio de Janeiro, e encontrou no teatro um espaço para crescer e sonhar. “Quando minha mãe me matriculou no teatro, fiquei muito feliz”, conta. Equilibrando aulas de teatro e futebol, ele sonha em atuar em grandes produções. Já participou de uma peça, chamada A Fantástica Fábrica de Chocolate, e se apresentou para mais de 400 pessoas. Benjamim acredita que a arte “faz o cérebro funcionar melhor.”

Lara Madeira. Foto: Thalita Alves

Lara Rafaela Madeira, de 12 anos, vive em Osasco, em São Paulo, e iniciou sua carreira musical participando de um videoclipe. Atualmente, ela faz parte do grupo Estelar e recentemente lançou a música Dim Dom, disponível no Spotify. “A música Dim Dom foi feita para o Natal, mas continua disponível para todos ouvirem.” Influenciada por artistas como Ana Castela e o grupo Melim, Lara mistura estilos musicais para se expressar em diferentes momentos. “Nos dias agitados, adoro o estilo animado da Ana Castela, mas, para momentos mais tranquilos, prefiro as canções calmas do grupo Melim”, explica. Ela diz ainda que, no palco, sua timidez desaparece: “Parece que sou outra pessoa”. Lara também destaca: “Para mim, cantar tem muito a ver com dedicação. Faço aula de música, teatro, e na escola me esforço para dar o meu melhor.”

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