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Publicado em

20/12/2022

Escolas devem atuar preventivamente e promover educação antirracista

Abordagem da história e cultura afro-brasileira e indígena podem ajudar a construir ambientes seguros e antirracistas e apoiar o desenvolvimento de crianças e jovens que respeitam as diferenças

Imagem: Centro de Valorização da Vida (CVV)

Não é novidade que escolas são quase como pequenas sociedades, com suas regras de convivência e normas sociais. Como tal, elas acabam invariavelmente reproduzindo costumes, crenças, valores e preconceitos que ditam as relações no mundo real, como o racismo.

Quanto à urgência do tema, não há o que discutir. Segundo a pesquisa Óbitos por suicídio entre adolescentes e jovens negros 2012 a 2016, do Ministério da Saúde e da Universidade de Brasília, em 2016 o risco de suicídio foi 45% maior entre adolescentes e jovens negros comparados aos brancos. Isso porque jovens negros sofrem diariamente os efeitos do racismo em diferentes aspectos de suas vidas, desde discriminações abertas até a diferença de oportunidades se comparados a jovens brancos.

Em novembro, foram divulgados os conteúdos de conversas por aplicativo de estudantes do colégio Porto Seguro, da unidade de Valinhos, em São Paulo, fazendo apologia ao racismo e nazismo. O que fazer nessas situações? E quando há casos de racismo entre alunos na escola? Como a equipe pedagógica deve tratar episódios de perseguição e ofensas a crianças e adolescentes negros?

O Nexo produziu uma reportagem com base em conversas com especialistas para explicar pontos fundamentais que devem ser observados para que casos de racismo não se multipliquem nas escolas, além de promover uma cultura de combate à discriminação baseada em raça. Confira:

  • Racismo pode acontecer sob diferentes ‘formatos’: racismo recreativo com brincadeiras depreciativas, agressões verbais, perseguições, ameaças à integridade física;
  • Escolas devem agir de forma rápida, acolhendo vítimas e promovendo reconhecimento do problema por parte dos agressores;
  • Importância de ter políticas permanentes de combate ao racismo e resolução de conflitos;
  • Fazer uma distinção entre racismo e bullying;
  • Promover ações pedagógicas e, em casos mais graves, medidas como expulsão caso haja ameaças à integridade física.

Antes da discriminação, prevenção

A reportagem também traz exemplos do que fazer para prevenir, ou seja, como escolas e equipes pedagógicas podem se comportar antes de qualquer situação de racismo acontecer.

De acordo com as leis 11.645/2008 e 10.639/2003, instituições de ensino são obrigadas a abordar conteúdos sobre História e Cultura Afro-brasileira e indígena no ensino fundamental e médio, incluindo: o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

A Lei de Diretrizes e Bases também aponta que é dever das escolas contar a história do Brasil incluindo as contribuições de povos negros e indígenas. Especialistas ouvidos pelo Nexo apontam, inclusive, que abordar esses conteúdos é dever de todas as escolas, mesmo aquelas majoritariamente brancas em contextos da elite, onde, por conta da menor diversidade, são ambientes mais confortáveis para a naturalização do racismo.

Confira exemplos de ações:

  • Jogos e brincadeiras;
  • Narração de histórias;
  • Promoção da convivência entre grupos diferentes;
  • Debate a partir da experiência de jovens negros;
  • Incentivo do protagonismo da juventude negra;
  • Contratação de profissionais negros para diferentes cargos na escola.

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