Publicado em
16/09/2022
Em um momento de tanta polarização política, como votarão os jovens? Conheça a pesquisa "Juventudes e o 1° Voto"
No início deste ano, diversos artistas, incluindo a cantora Anitta, fizeram campanhas em seus canais nas redes sociais incentivando que jovens de até 17 anos tirassem seu título de eleitor para estarem aptos a votar nas eleições de outubro, que se aproxima. A mobilização surtiu efeito: segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), houve um aumento de 31,3% no número de jovens que tiraram o título em março se comparado a fevereiro.
Em um momento de tanta polarização política, como votarão os jovens? Com o objetivo de escutar os anseios das juventudes periféricas para o momento de ir às urnas, a Fundação Tide Setubal realizou, em junho e julho deste ano e em parceria com a cientista política Camila Rocha e a socióloga Esther Solano, a pesquisa Juventudes e o 1° Voto.
O levantamento ouviu 45 jovens das cinco regiões do país, que compõem grupos sociopolíticos diversos – indecisas/os, eleitoras/es do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidatos majoritários ao Executivo.
Entre os principais achados, a pesquisa identificou que:
Em relação à grande polêmica desta eleição, que é a polarização na disputa pela Presidência da República, aqueles que afirmaram votar em Bolsonaro o fazem em razão da defesa de valores conservadores. Já quem declara voto em Lula se identifica mais com questões sociais e com a falta de oportunidade para os jovens.
Ato contra os cortes na educação. Foto CPERS / Fotos públicas
Já o estudo Democracia e Eleições, também realizado pela Fundação Tide Setubal em 2021 em parceria com a rede de mobilização social Avaaz e o instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), identificou, entre os 1.008 jovens entrevistados, que 35% não confiam no Congresso Nacional e 47% afirmam confiar pouco. Quando o assunto é confiança no Supremo Tribunal Federal (STF), o cenário é semelhante: 32% não confiam, 44% confiam pouco. Intolerância nos debates sobre política e a cultura do cancelamento nas redes sociais são fatores que afastam os jovens de discussões presenciais sobre o tema.
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