Publicado em
30/09/2024
Série especial traz trechos da entrevista exclusiva de Ailton Krenak à Revista Casa Comum.
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“Nós andamos por aí nos escorando em aparatos que a gente inventa com a nossa cabeça, porque nós não somos capazes de ficar tranquilos e recepcionar a vida como dom. A vida é tão maravilhosa que a gente não precisava fazer nada, mas a gente quer enlouquecer, virando o mundo de cabeça para baixo achando que com isso nós vamos resolver alguma coisa.”
Em um contexto de crise socioambiental no Brasil e no mundo, Ailton Krenak – ativista do movimento socioambiental, defensor dos direitos dos povos indígenas, ambientalista, filósofo, poeta, escritor, e, mais recentemente, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) – avalia que parte da humanidade perdeu sua conexão com o Planeta, o que produz efeitos prejudiciais que se alastram a cada dia.
E é fundamental destacar que essa percepção dos elementos constituintes da Natureza como ‘recursos’ – ou seja, água, minérios, o ar – se dá apenas por um grupo da humanidade.
Antes de todos esses títulos, Ailton Krenak, assim como muitos outros representantes de povos tradicionais e originários, é uma pessoa em profunda conexão com a Terra e com os seres da Natureza, o que, em sua visão, somos todos nós: seres humanos, animais, as plantas, as águas, a montanha, o céu e a terra.
Essas comunidades e grupos ainda enxergam a Terra como Mãe que deve ser respeitada e protegida, como Ailton Krenak analisa em seu livro Ideias para Adiar o Fim do Mundo.
“Os únicos núcleos que ainda consideram que precisam ficar agarrados nessa terra são aqueles que ficaram meio esquecidos pelas bordas do planeta, nas margens dos rios, nas beiras dos oceanos, na África, na Ásia ou na América Latina. São caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes — a sub-humanidade. Porque tem uma humanidade, vamos dizer, bacana. E tem uma camada mais bruta, rústica, orgânica, uma sub-humanidade, uma gente que fica agarrada na terra. Parece que eles querem comer terra, mamar na terra, dormir deitados sobre a terra, envoltos na terra. A organicidade dessa gente é uma coisa que incomoda, tanto que as corporações têm criado cada vez mais mecanismos para separar esses filhotes da terra de sua mãe […]”.
Com o tema Somos Natureza: a necessária conversão ecológica, a 10ª edição da Revista Casa Comum pauta, justamente, esse afastamento dos seres humanos da Natureza – e, portanto, de sua origem -, o que trouxe a humanidade até esse cenário de crise e os caminhos possíveis para amenizar seus efeitos e, com sorte, reverter esse contexto a fim de garantir a continuidade dos seres humanos no Planeta.
Foi no âmbito da produção desta edição que a Revista Casa Comum teve a oportunidade de dialogar com Ailton Krenak. O ativista e pensador dividiu seus conhecimentos acerca de uma humanidade que, um dia, saudou o fim de cada dia e recebeu um novo amanhecer com alegria e contentamento.
Durante a conversa, inúmeras temáticas e assuntos foram tratados, e, por uma impossibilidade de abordar todos os tópicos na revista impressa, a equipe sentiu-se motivada a criar a presente série Minutos com Krenak.
Ao todo, são seis episódios, lançados às segundas-feiras a partir de 30 de setembro, data escolhida em razão do aniversário de Ailton Krenak, que completou 71 anos no dia 29 de setembro.
Confira a seguir a listagem de episódios!
Uma humanidade em harmonia com a Terra
O episódio de estreia da série, que foi ao ar em 30 de setembro, em razão do aniversário de Ailton Krenak, celebrado em 29/09, traz trecho da entrevista no qual Krenak reflete sobre uma humanidade que vivia em harmonia com a Natureza e os demais seres.
Em breve!
Em breve!
Em breve!
Em breve!
Em breve!
O caminho que se apresenta é a conversão ecológica, ou seja, uma mudança radical na qual, ao invés de explorar o planeta, a Natureza e a vida até a exaustão, é necessário aprender a cuidar da Terra e uns dos outros, em uma lógica de inter-relação, cultivo e cuidado.
Publicado em
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