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Publicado em

27/05/2025

Publicação reforça importância da intencionalidade na implementação de uma educação antirracista 

Livro da Ação Educativa e Projeto SETA reúne artigos de diferentes profissionais para debater a urgência de uma educação intencionalmente antirracista que deve observar as necessidades e demandas de crianças e jovens negros(as).

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Discutir com educadoras(es), pesquisadoras(es), estudantes, familiares e público em geral a agenda de construção de uma educação verdadeiramente antirracista é o objetivo da iniciativa Educação Antirracista em Diálogo, proposta pela Ação Educativa com apoio do Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista). 

A ação se soma a um conjunto de produções desenvolvidas pela Ação Educativa que visam  ampliar e aprofundar diálogos sobre direitos educativos e propor iniciativas que contribuam para o antirracismo na educação. 

O principal produto desse projeto é uma publicação homônima lançada em março de 2025 pelas instituições participantes, com organização de Vanessa Cândida Lourenço e Ednéia Gonçalves. A obra é composta por artigos de 15 autores e autoras atuantes em diferentes territórios e contextos educacionais brasileiros – Minas Gerais, Bahia e São Paulo.

Ana Lúcia Silva Souza, em seu artigo “Segurar a caneta, escrever e assinar as nossas histórias negras”, que abre o livro, resume que “Todos os artigos exploram a complexidade dos estudos do campo das relações étnico-raciais em diálogo com distintos aportes teóricos e metodológicos que indicam a centralidade da experiência escolar no combate ao racismo e, ao mesmo tempo, apontam desafios e propõem e anunciam caminhos que contribuem para ampliar as reflexões e as práticas comprometidas com a educação antirracista.”

As reflexões abordam temas diversos, como a educação de crianças negras; a formação de educadores e educadoras para abordagens antirracistas; o processo formativo de juventudes negras; a relação entre educação, cultura e participação política; as novas possibilidades de abordagem da Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas e da educação escolar quilombola; os saberes de mulheres negras; o papel das religiosidades de matriz africana na educação antirracista, entre outros aspectos.  

Todos eles se relacionam, de alguma forma, com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatórios o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados. 

Educação antirracista na tela

Quatro artigos que integram a publicação foram, também, lançados em formato de transmissão ao vivo no canal do YouTube da Ação Educativa. São eles: 

O primeiro artigo, por exemplo, assinado por Jéssika Tenório, Marcelle Matias, Paulo Vitor Cardoso e Vanessa Cândida Lourenço, traz aspectos interessantes sobre a perspectiva das juventudes negras sobre a importância da educação antirracista e tudo o que está incluído nesse processo. 

O grupo debate o conceito de epistemicídio, como exemplificado no trecho do artigo: “O conceito, que aqui no Brasil foi atualizado pela filósofa Sueli Carneiro (2005, p. 97), é por ela definido como a “anulação e desqualificação do conhecimento dos povos subjugados (…)”, que se materializa na negação a essas sujeitas/os do acesso ao direito à educação e no não reconhecimento de uma intelectualidade negra e do conhecimento produzido por ela”, e reforça que a desconsideração e marginalização dos saberes afrobrasileiros produzidos nas periferias, nos terreiros e espaços de manifestações populares e coletivas da população negra pode ter efeitos a nível pessoal, como a negação de seus traços, cor da pele e gostos. 

‘Decolonialitudes’: a justiça da reparação em um Brasil diverso 

O novo artigo da série especial Decoloniza, uma parceria entre a Revista Casa Comum e a Afroeducação, aborda o Brasil enquanto país com a maior diversidade genética no mundo, e aponta a urgência de movimentos que combatam concepções, práticas e heranças coloniais ultrapassadas, sobretudo em um país no qual mais de 56% da população se autodeclara negra. 

Leia na íntegra neste link

Já no artigo “Pretagogias: Educação infantil antirracista”, assinado pela educadora Elly Bayó, afirma, baseada em trinta anos de experiência na rede pública enquanto educadora das infâncias, que a pedagogia não é neutra, ao que cita a Pretagogia, que legitima e valoriza narrativas e vivências de corpos negros nos processos educativos, “num movimento de se firmar e afirmar existências.” 

O termo foi cunhado pelas professoras Sandra Haydée Peti, Geranilde Costa e Silva e Rebeca de Alcântara Silva Meijer, por volta de 2010. Para Elly, trata-se, então, de aplicar as pretagogias na educação infantil, “buscando uma reconstrução que se dê a partir da incorporação de contextos culturais e históricos dos povos invisibilizados pelos mecanismos do racismo institucional da educação brasileira”, como cita em seu artigo. 

Fique por dentro 

A publicação Educação Antirracista em Diálogo está disponível na íntegra neste link

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