Publicado em
03/04/2023
A rede reúne comunicadores indígenas de diversas etnias do Amazonas que atuam para levar informação sobre os territórios do Rio Negro.
Foto: Raquel Uendi/ ISA
Com sede em São Gabriel da Cachoeira (AM), a Rede Wayuri de Comunicação Indígena nasceu, há cinco anos, com o nome de Rede de Comunicadores Indígenas do Rio Negro. De lá pra cá, a articulação só cresceu e ganhou projeção entre as comunidades indígenas da região e também o reconhecimento público da iniciativa, que é assessorada pelo Instituto Socioambiental (ISA), responsável pela animação, formação e articulação da Rede, com o apoio financeiro da União Europeia.
Atualmente, a Rede representa 23 povos do Rio Negro, uma das regiões mais preservadas do Amazonas, e no último ano recebeu o Prêmio Estado de Direito 2022, do World Justice Project (WJP), na cidade de Haia, na Holanda, durante o Fórum Mundial de Justiça 2022. O grupo foi reconhecido pela inovação e o combate à desinformação na Amazônia brasileira.
Comunicação feita por e para indígenas
Além de refletir sobre novos formatos e linguagens para narrar histórias com uso de tecnologias da informação e da comunicação, a Rede Wayuri já produziu mais de 100 boletins de áudio Wayuri, um informativo mensal que visa levar informação sobre os territórios indígenas do rio Negro para suas 750 comunidades.
As notícias apuradas são disseminadas por meio do WhatsApp, radiofonia e transmissão de arquivos por meio de bluetooth ou aplicativos como ShareIT, já que na região existem diversas dificuldades de acesso à internet. O grupo de comunicadores(as) indígenas também atua nas redes sociais e com formação, promovendo oficinas e encontros de comunicação popular, para multiplicar seus saberes, formar mais comunicadores e ampliar o alcance da Rede.
Um dos efeitos da articulação do grupo, é que os(as) comunicadores(as) acabam sendo também mobilizadores de ações voltadas à melhoria do bem viver em suas comunidades, participando de intercâmbios com outras redes e coletivos e de eventos.
Um fruto direto desse processo de engajamento é a participação do grupo na cobertura coletiva de mobilizações nacionais como o Acampamento Terra Livre. O evento acontece anualmente em Brasília, durante o Abril Indígena, mês que celebra o Dia dos Povos Indígenas, em 19 de abril.
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