Publicado em
27/02/2025
Em um mundo inundado de informações, entender como a comunicação funciona é crucial para navegar nesses oceanos com segurança e discernimento. Temas como funcionamento de algoritmos, acesso a dados, limites da liberdade de expressão, reconhecimento de informação falsa, entre tantos outros estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia.
Por Daniele Próspero e Nathally Souza
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Em um mundo inundado de informações, entender como a comunicação funciona é crucial para navegar nesses oceanos com segurança e discernimento. Temas como funcionamento de algoritmos, acesso a dados, limites da liberdade de expressão, reconhecimento de informação falsa, entre tantos outros estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia.
Entendendo as diferenças
Afinal, todo mundo pode falar o que quiser em suas produções de conteúdo? Até onde vai a sua liberdade de expressão e quando são violados os direitos fundamentais? O que é censura?
Liberdade de expressão
O artigo 5º da Constituição Federal, no inciso IV, trata da liberdade de expressão. Ele assegura a todos os cidadãos a garantia de manifestar pensamentos, opiniões e ideias, seja religiosamente, culturalmente, politicamente ou artisticamente, sem que essa expressão seja submetida a um controle prévio, por censura ou licença.
Liberdade de imprensa
Também o artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal, fala sobre liberdade de imprensa, que decorre do direito de informação. É a possibilidade do cidadão criar ou ter acesso a diversas fontes de dados, tais como notícias, livros, sites, sem interferência do Estado.
Avalanche de dados
Segundo o relatório “Data Age 2025” da International Data Corporation (IDC), em 2015, cada pessoa gerou cerca de 1,3 GB (gigabyte) de dados por dia. Já, para 2025, a previsão é de 5,3 GB, incluindo interações em redes sociais, pesquisas na web, uso de aplicativos, comunicações e outras atividades digitais.
>> Conheça o relatório (em inglês) em: bit.ly/RCC_11_34
Excesso de informação faz mal à saúde
A informação circula, cada vez mais, em diversos sentidos: por e-mail, redes sociais, televisão… o alerta de mensagens do celular não para um segundo! Porém especialistas indicam que a exposição exagerada a tantas informações e o tempo excessivo nas telas têm afetado a saúde mental das pessoas, tornando-as mais estressadas, ansiosas, angustiadas e depressivas, afinal, ninguém é capaz de absorver tudo, ao mesmo tempo e em pouco tempo!
Segundo a pesquisa Saúde Mental dos Brasileiros 2022, do Datafolha, entre os fatores associados aos riscos para a saúde mental estão situações como:
• Medo de julgamento e ataques por conta do conteúdo postado;
• Sentimento de cobrança para se manter ativo on-line;
• Insatisfação com a própria vida pela comparação com as de outras pessoas.
>> Saiba mais em:
bit.ly/RCC_11_36
bit.ly/RCC_11_37
Censura
É um controle prévio que se faz sobre o conteúdo de materiais que serão publicados. A censura foi uma medida muito adotada na época da ditadura militar. Quando há censura, não há liberdade de imprensa, pois os governantes controlam as informações que chegam à população.
Para lembrar sempre!
É importante notar que a liberdade também vem com regras que precisam ser seguidas. No Brasil, liberdade de expressão e liberdade de imprensa não são irrestritas. A manifestação de discursos criminosos e atos de preconceito, como homofobia, racismo ou infrações da própria Constituição, como atentar contra o Estado de direito, são passíveis de punições judiciais, conforme a legislação civil e penal.
Saiba mais:
• Constituição Federal: www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
• Especial sobre o Artigo 5º da Constituição, da Politize!: politize.com.br/artigo-5
• Artigo 19: artigo19.org
Os tais algoritmos
Não é nenhum passe de mágica que faz com que suas postagens apareçam, por exemplo, no feed de seus colegas. São os algoritmos das redes sociais que determinam se seus conteúdos irão chegar a mais ou menos gente. E, para tal, eles levam em consideração diversos fatores, como, por exemplo, o envolvimento da pessoa em publicações semelhantes, a atualidade da postagem, o tempo gasto na visualização, entre outros.
E o que é um algoritmo?
É um conjunto de comandos para ser executado em um computador. São eles que permitem o desenvolvimento de softwares dos mais diversos tipos, inclusive as redes sociais.
Saiba mais em:
• Eixo Digital: bit.ly/RCC_11_38
• mLabs: bit.ly/RCC_11_39
• Sebrae: bit.ly/RCC_11_40
Informações falsas, deepfake e muito mais
De acordo uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva (ilocomotiva.com.br) e divulgada em abril de 2024, quase 90% da população brasileira admite ter acreditado em conteúdos falsos. Mesmo assim, 62% confiam na própria capacidade de diferenciar informações falsas e verdadeiras em um conteúdo.
Mas, o que é uma fake news?
É importante notar que a liberdade também vem com regras que precisam ser seguidas. No Brasil, liberdade de expressão e liberdade de imprensa não são irrestritas. A manifestação de discursos criminosos e atos de preconceito, como homofobia, racismo ou infrações da própria Constituição, como atentar contra o Estado de direito, são passíveis de punições judiciais, conforme a legislação civil e penal.
Segurança digital e o sequestro de dados
Hoje, compartilhamos praticamente toda a nossa vida com as big techs. O banco tem nosso histórico financeiro, usamos um aplicativo de mapas para nos locomover, criamos um histórico dos lugares que visitamos, enfim, é quase impossível ser um fantasma digital.
Quais cuidados podemos tomar?
Compartilhar os nossos dados com as empresas significa que poderemos receber serviços mais personalizados, porém é sempre bom verificar quais dados precisamos compartilhar:
• Se você usa um aplicativo de mapas, por exemplo, não é necessário autorizar o acesso ao microfone do celular.
• Não compartilhe senhas. Assim como no mundo financeiro, no ambiente digital as senhas são as chaves para nossa vida e nossos rastros. Use aplicativos que são cofres de senhas e habilite a autenticação por dois fatores.
O que é deepfake?
É um método para criação de vídeos falsos que podem facilmente confundir as pessoas.
Alerta com a inteligência artificial (IA)
Com a ascensão da inteligência artificial generativa – ramo da IA que se concentra na capacidade de criar conteúdo original e autônomo –, ferramentas como o Chat GPT e Gemini aumentaram a preocupação com informações falsas e deepfake. Isso porque uma pessoa mal-intencionada e um comando bem escrito conseguem, facilmente, simular a estrutura de uma notícia real.
Como combater?
• Desconfie de textos com títulos sensacionalistas
• Cheque as notícias em veículos de credibilidade e canais oficiais
• No caso de vídeos, verifique se há fonte do vídeo divulgado
• Verifique se a informação está presente em mais de um veículo de comunicação
Dicas de sites para verificação de notícias
• Fato ou Fake: g1.globo.com/fato-ou-fake
• Lupa: lupa.uol.com.br
• Aos Fatos: aosfatos.org
Confira outras produções da Revista Casa Comum e parceiros sobre o tema:
• Página especial sobre cuidados digitais, da Escola de Ativismo: escoladeativismo.org.br/cuidadosdigitais
• Inteligência artificial e política: uma mistura que demanda atenção: bit.ly/IAeEleicoes
• Política e campanha eleitoral na era digital: bit.ly/RCC_11_41
• Racismo algorítmico: novas tecnologias fortalecem desigualdade racial: bit.ly/RCC_RacismoAlgoritmico
• Fake news também destroem meio ambiente: bit.ly/RCC_07_PaulusSocial
• O combate às fake news: urgência nas eleições e ação constante: bit.ly/RCC_08_71
• Ciência, cidadania e educação para combater desinformação e negacionismo: bit.ly/RCC_4_EmPauta2
• Podcast Casa Comum #002 | PL das #FakeNews em votação! bit.ly/RCC_11_42
Apesar do Brasil possuir altos índices de conectividade à internet, especialistas afirmam que o direito à comunicação vai além de um aparelho eletrônico em mãos. Com tanta conexão, a desinformação surge como risco. Nesse contexto, educação midiática e projetos de lei tentam mudar o cenário.
Publicado em
29/01/2025
Pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Université Paris II, Nina Santos aborda regulamentação das plataformas digitais, impacto na democracia, combate à desinformação e promoção da informação de qualidade, inteligência artificial e algoritmos racistas.
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28/01/2025
Debate sobre tecnologia não pode ser dissociado dos direitos humanos, considerando as profundas desigualdades no Brasil. Coletivos e movimentos investem em capacitação e linguagem acessível para que mais pessoas se apropriem de ferramentas tecnológicas.
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28/01/2025