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Publicado em

29/08/2022

Brasil com fome de comida e de democracia: 2ª ed. da Revista Casa Comum

A segunda edição da Revista Casa Comum, focada nas eleições de 2022, foi lançada durante debate online "Um Brasil com fome de democracia e de direitos"

A segunda edição da Revista Casa Comum, focada nas eleições de 2022, foi lançada durante debate online Um Brasil com fome de democracia e de direitos, promovido pelo Sefras – Ação Social Franciscana, com produção do Estúdio Cais – Projetos de Interesse Público. 

Diante de um contexto extremamente desafiador de disputa política e defesa das instituições, a Revista decidiu se debruçar sobre o papel e os obstáculos para o campo da defesa e proteção dos direitos humanos e socioambientais durante o período eleitoral. Afinal, não há como falar de direitos sem falar de democracia, assim como não há como falar de democracia sem direitos.

Somando-se às mobilizações pela democracia, pela justiça e pela defesa de toda forma de vida, como fonte de informação, de reflexão e de vozes do chão de um país tão amplo e diverso, o lançamento da segunda edição da publicação foi marcado por um debate com Vitor Oliveira, cientista político e diretor da Pulso Público, e Beatriz Lourenço, representante da Coalizão Negra por Direitos e articuladora dos Comitês Antirracistas, mediado por Fábio Paes, coordenador de advocacy do Sefras – Ação Social Franciscana. 

Será essa a eleição de nossas vidas? 

Muito tem se falado sobre a importância das eleições de 2022, não apenas para os próximos quatro anos, mas para o futuro do país a longo prazo. Com ainda mais força do que nos anos anteriores, a questão da representatividade  marca a campanha de 2022 como uma aposta de movimentos e organizações sociais para enfrentar as incertezas do futuro do Brasil. 

Beatriz Lourenço destacou que a resistência e a organização do movimento negro para incidencia no periodo eleitoral não são novidades. “O movimento negro se organiza desde sempre pra fazer incidência política nos momentos mais importantes da história do país. Sempre houve debate sobre racismo a partir de uma lógica de exercício de poder e, naturalmente, debatemos a necessidade de que negros e negras ocupam mais espaços de poder.”

Para ela, essa é a disputa eleitoral mais importante do país no último período. “Estar organizado para isso é disputar os fundos dos partidos e do país. Eleger candidaturas negras com uma quantidade importante de votos, eleger bancadas negras nas assembleias e no Congresso Nacional vai dizer qual é o impacto que o nosso debate terá no próximo período”, ressaltou. 

“Estamos vendo a elite brasileira também sentindo seus direitos ameaçados” 

Abordando as manifestações que, desde 2014, alertam para os riscos à democracia, Fabio Paes questionou o que mudou nos últimos anos para que esse discurso, historicamente encabeçado por setores sociais mais progressistas, fosse incorporado por outros setores, inclusive alguns mais conservadores. 

Para Vitor Oliveria, é importante contextualizar que quando falamos de democracia discutimos um conjunto de ideias que vai muito além das eleições, como o direito a saúde, educação, liberdade de expressão etc. Ou seja, é preciso construir os projetos que vêm depois desse período e o processo eleitoral é apenas uma pequena parte da complexidade de um Estado democrático.  

“A incorporação da pauta da defesa da democracia por setores mais liberais tem a ver com a percepção de que até para essa camada mais privilegiada da sociedade a democracia está em risco”, defende Vitor, que acredita que a diferença das eleições de 2022 é que a elite despertou para os próprios prejuízos com os ataques à democracia. Para ele, estamos vivendo um momento crucial de disputa pois essa parcela da sociedade se deu conta do risco que estamos correndo e da relevância das eleições de 2022.

“A gente tem um sistema polítiico com baixíssima representação de mulheres, que não traz negros para dentro, que trata com muita dificuldade ainda questões LGBTQIA+, as pessoas com deficiência, enfim, um sistema que tem dificuldade de incorporar o Brasil. Mas, com todas essas dificuldades, ele ainda é melhor do que as alternativas autoritárias”, declarou Vitor em defesa do processo eleitoral e da construção de campanhas progressistas em 2022. 

Beatriz e Vitor falaram ainda sobre a importância de um parlamento forte, elegendo bancadas inteiras de representantes dos direitos humanos e socioambientais e sobre a necessidade de construir campanhas e mandatos ouvindo as vozes das bases e respeitando os acumulados dos movimentos sociais. A atividade também abordou o número de novos votantes em 2022, a importância de aproximar o discurso progressista do campo popular e as ameaças que iremos enfrentar no próximo semestre. 

>> Veja o debate na íntegra: 

Revista Casa Comum: um projeto de comunicação multiplataforma

Além da revista impressa, que tem novas edições a cada três meses, o projeto conta com uma multiplataforma que reúne os conteúdos em diversos formatos, redes sociais e produtos audiovisuais, além de um boletim informativo digital. Tudo isso para ampliar o debate em torno dos temas e dar visibilidade às ações de grupos que atuam nas pautas urgentes do contexto Brasil.

Distribuir e adequar a comunicação ativista a diferentes públicos e canais é o caminho que o Sefras, apoiado pelo conselho consultivo e o comitê editorial da Revista Casa Comum, apostou para gerar conhecimento e incentivar o engajamento e a mobilização social em torno de temas como soberania alimentar, economias transformadoras, enfrentamento às diversas violências e ecologia integral. 

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