Publicado em
05/09/2024
Série especial da Revista Casa Comum apresenta cinco histórias de vida de pessoas que, de alguma forma, foram afetadas pelos efeitos e consequências da crise socioambiental.
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O mundo passa por uma emergência do clima. Quanto a isso não há o que discutir ou negociar. Trata-se de uma crise sem precedentes.
A todo momento é possível testemunhar que o clima está mudando, com situações extremas acontecendo por todo canto: secas fora de época, chuvas avassaladoras, enchentes que alagam e inutilizam plantações e o trabalho de décadas, ondas de calor que tornam as moradias lugares insuportáveis, a secura do ar que prejudica a respiração e lota postos de saúde e hospitais, entre muitos outros acontecimentos.
Alguns desses fenômenos foram testemunhados de perto por Daniel Audibert, Ana Maria Sousa Farias, Aldair Paulino, Alida Gómez e Maria Clara Salvador.
As cinco pessoas, moradoras de cada uma das cinco regiões do país, contam sua história de vida na abertura da 10ª edição da Revista Casa Comum, que pautou a Ecologia Integral e a urgente necessidade de uma conversão ecológica para responder aos mais nefastos efeitos da crise do clima.
Por compreender a importância de ouvir o que esses representantes da população brasileira têm a dizer, a Revista Casa Comum lança o especial Crise socioambiental: um desafio de todos(as).
A iniciativa traz uma produção multimídia composta por textos, podcasts e vídeos, com o objetivo de conferir mais espaço para que Daniel, Ana Maria, Aldair, Alida e Maria Clara compartilhem de que forma a emergência climática afetou sua vida e seu sustento e o porquê a crise socioambiental vigente é um assunto de todos, mesmo que os efeitos sentidos por cada um(a) sejam diferentes.
Uma emergência criada pelo ser humano
O fenômeno das mudanças climáticas tem como uma de suas principais características o fato de envolver a todos. Entretanto, não se deve propagar a falácia de que ‘estamos todos no mesmo barco’. É indiscutível que, ao mesmo tempo que existem aqueles que mais sofrem com essas consequências de um clima em transformação, existe também o grupo que menos contribui para o agravamento desse quadro.
Não coincidentemente, as pessoas que compõem esses dois grupos são, geralmente, as mesmas. São as populações negras, indígenas, quilombolas, tradicionais, periféricas, mulheres, crianças, idosos e pobres que estão, diariamente, mais sujeitas a sentir na pele todas as consequências que esse fenômeno traz consigo, mesmo sem terem contribuído tanto em seus modos de vida, produção e consumo para o agravamento do contexto.
Esse aquecimento já ultrapassou níveis considerados aceitáveis, e, agora, pesquisadores e estudiosos afirmam que a humanidade deve se concentrar em medidas que amenizem os efeitos do aumento de temperatura, um quadro irreversível.
E já está comprovado que é a atividade humana a maior responsável por disparar na atmosfera os chamados gases de efeito estufa, que, a grosso modo, contribuem para o aumento da temperatura média da Terra e potencializam os efeitos das mudanças climáticas. No centro dessa questão, está o capitalismo, sistema econômico cuja maior preocupação é o lucro acima de qualquer outro aspecto.
Conheça a série Crise socioambiental: um desafio de todos(as)
Lançada no Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, a história de Alida Gómez é a primeira da série Crise Socioambiental: um desafio de todos(as). Devido a abundância de água em seus territórios, a população indígena Warao, da Venezuela, é conhecida como “povo das canoas” ou “das águas”. Exploração desenfreada na região, no entanto, tem feito do Brasil um novo lar.
No Dia Nacional do Cerrado, 11 de setembro, a série Crise socioambiental: um desafio de todos(as) apresenta a história de Aldair Paulino, quilombola do território Kalunga, situado no coração do bioma Cerrado e na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás (GO). O maior território de remanescentes de escravos do país sofre com os diversos tipos de invasão e da destruição da fauna e flora.
Setembro de 2024 marca um ano das grandes chuvas que começaram a assolar o Rio Grande do Sul ainda em 2023. Em maio deste ano, a catástrofe deixou milhares de desabrigados, com famílias que perderam tudo. Quase 200 pessoas perderam a vida na tragédia. Daniel Audibert, agricultor familiar de 57 anos, conta sobre a produção de mais de 130 variedades de alimentos, e como tudo isso foi afetado pelas chuvas.
Em breve!
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