Publicado em
07/03/2023
Por Dayse Porto
O ano de 2023 chega trazendo ventos de esperança para o Brasil e para a nossa Casa Comum. Também vem repleto de desafios estruturais e antigos, assim como as relutâncias de representantes do projeto político que governou o país nos últimos anos e saiu derrotado nas eleições presidenciais de 2022.
Elegemos o Congresso mais conservador da história e será necessário construir trincheiras amplas e diversas para barrar tendências que ameaçam nossa democracia e restringiram uma série de direitos no último período. Para reconstruir o Brasil, precisamos conhecer e apoiar lideranças que atuam em defesa os direitos humanos e socioambientais em diferentes frente. Conheça algumas delas:
Givânia Maria da Silva, cofundadora da CONAQ
• Quem é? Criada no quilombo de Conceição das Crioulas (PE), Givânia é a primeira pessoa de sua comunidade a entrar para a faculdade e também se tornar professora. Graduada em Letras, mestre em políticas públicas e gestão da educação e doutoranda em Sociologia, Givânia é uma das principais representantes das comunidades tradicionais de quilombos do país e foi uma das fundadoras da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
• O que esperar? No final de 2022, Givânia foi anunciada para a equipe de transição do governo Lula, integrando o grupo responsável por pautas de igualdade racial. A expectativa é que ela continue apoiando o governo em temas relacionados a políticas raciais.
>> Conheça a CONAQ: conaq.org.br
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Ediane Maria, a primeira doméstica e sem-teto e ser eleita deputada em São Paulo
• Quem é? Com uma proposta de “candidatura preta e popular”, Ediane foi eleita deputada estadual pelo PSOL-SP com mais de 175 mil votos na eleição de 2022. É a primeira trabalhadora doméstica a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) e também a primeira representante do Movimento dos(as) Trabalhadores(as) Sem-Teto (MTST) na casa. Pernambucana que migrou ainda na juventude em busca de uma vida melhor na capital paulista, Ediane tem quatro filhos e entrou na luta por moradia em 2017, como acampada do MTST, e, até 2022, coordenou a ocupação Maria da Penha, em Guarulhos.
• O que esperar? Ediane é representante dos sem-teto e as pautas relacionadas à luta por moradia e reforma urbana terão centralidade em seu mandato, assim como os direitos das trabalhadoras domésticas e racismo.
>> Conheça em: edianemariamtst.com.br
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Célia Xakriabá, a primeira deputada federal indígena eleita por Minas Gerais
• Quem é? Célia tinha somente 13 anos quando entrou pela primeira vez no Congresso Nacional para fazer um pronunciamento e, em 2022, aos 32 anos de idade, foi eleita com mais de 100 mil votos pelo PSOL-MG. Já atuou como assessora parlamentar da deputada federal Áurea Carolina e na Secretaria de Educação de Minas Gerais, onde colaborou com o desenho de políticas públicas para a educação escolar diferenciada e com a abertura de escolas indígenas, quilombolas e rurais em todo o estado.
• O que esperar? Entre as propostas de Célia, estão a demarcação dos territórios indígenas e titulação dos quilombos, a reforma agrária e urbana e o reconhecimento de profissionais indígenas e quilombolas da educação.
>> Conheça em: www.celiaxakriaba.com
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Renato Freitas, um político “por acidente” em Curitiba
• Quem é? Filho de uma empregada doméstica que entrou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, viveu sua juventude em cidades da Região Metropolitana de Curitiba e na periferia da capital paranaense. Eleito vereador pelo PT-PR, enfrentou um processo de cassação do mandato por um ato contra o racismo em uma igreja e, após uma intensa campanha de resistência, o processo foi
anulado e o jurista de 39 anos foi eleito deputado estadual pelo Paraná com mais de 57 mil votos.
• O que esperar? Renato luta pelos direitos de negros e negras, contra o racismo e o genocídio da juventude periférica de forma interseccional em três frentes principais: educação, moradia e segurança pública.
>> Conheça em: www.renatofreitasjr.com.br
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Paloma Costa, jovem brasileira que é conselheira sobre o clima na ONU
• Quem é? A assessora do Instituto Socioambiental (ISA) já discursou na Cúpula do Clima da ONU ao lado da sueca Greta Thunberg e integra o grupo dos jovens que fala com o chefe das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas. Aos 29 anos, foi uma das representantes do Grupo de Trabalho de Juventudes da Concertação pela Amazônia no painel sobre Justiça Climática e Florestas, na COP-27, em parceria
com o Greenpeace Brasil.
• O que esperar? Paloma é uma das lideranças da juventude que estão na linha de frente em defesa da pauta socioambiental no Brasil e deve continuar integrando o Grupo Juvenil de Aconselhamento sobre Mudança Climática do Secretário-Geral da ONU.
>> Conheça em: news.un.org/pt/tags/paloma-costa
>> Acompanhe Paloma nas redes:
A BANCADA MAIS JOVEM DA HISTÓRIA
Os retrocessos dos últimos anos têm levado jovens a se engajar cada vez mais cedo em causas sociais. Em 2022, além do aumento recorde do eleitorado de 16 e 17 anos, também houve crescimento no número de jovens eleitos para cargos políticos. Confira alguns:
Ana Júlia Ribeiro
• Quem é? A estudante viralizou ao defender, em 2016, as ocupações em escolas contra os cortes na educação, fazendo um discurso que rodou o país e o mundo. Seis anos depois, aos 22 anos, ela voltou à Assembleia Legislativa, eleita deputada estadual mais jovem da história do Paraná, com mais de 51 mil votos pelo PT-PR.
• Pautas: Educação pública de qualidade, emprego e renda digna, mais direitos para as mulheres e para as juventudes. Siga:
Dani Monteiro
• Quem é? Nascida no Morro de São Carlos, comunidade do Rio de Janeiro, tem 31 anos e é uma das “sementes” deixadas por Marielle Franco. Ex-assessora do mandato da vereado assassinada, Dani é militante dos direitos humanos, da luta LGBTQIA+, direito à cidade, atuou no movimento estudantil e no Movimento Negro Unificado e, em 2022, foi reeleita deputada estadual pelo PSOL-RJ com mais de 50 mil.
• Pautas: Cultura, mulheres, direitos humanos, juventudes e transparência pública. Siga:
Rosa Amorim
• Quem é? Nascida no Assentamento Normandia, em Caruaru (PE), Rosa começou a vida política como “sem-terrinha” – forma com que as crianças do Movimento dos(as) Trabalhadores(as) Rurais Sem Terra (MST) são chamadas. Aos 25 anos, a jovem negra e lésbica foi eleita deputada estadual pelo PT-PE com mais de 42 mil votos.
• Pautas: Reforma agrária, agricultura familiar, direitos das mulheres e população LGBTQIA+, políticas para educação e cultura. Siga:
Erika Hilton
• Quem é? Com mais de 50 mil votos, foi a vereadora mais votada do Brasil nas eleições de 2020 e presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Dois anos mais tarde, aos 29 anos de idade, se tornou a primeira mulher transexual eleita deputada federal pelo PSOL-SP com mais de 256 mil votos.
• Pautas: Direitos e políticas para população LGBTQIA+, mulheres, moradia e educação. Siga:
Matheus Gomes
• Quem é? Jovem negro, militante desde o ensino médio, em 2013, ganhou notoriedade devido a sua atuação nas mobilizações de rua e, anos mais tarde, foi eleito o vereador mais jovem de Porto Alegre. Atualmente, com 31 anos, foi o quinto deputado mais votado em seu estado, eleito com mais de 82 mil votos como deputado estadual pelo PSOL-RS.
• Pautas: Enfrentamento ao racismo, defesa do meio ambiente e valorização da cultura. Siga:
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