NOTÍCIAS >

Conhecimento

Publicado em

19/12/2024

Revista Vozes pela Ação Climática Justa apresenta análises sobre causas e efeitos da emergência do clima

A Revista é produzida de forma colaborativa por cerca de 70 organizações e movimentos sociais do país e de outras localidades.

Por Elvis Marques

Getting your Trinity Audio player ready...

Duas imagens emblemáticas referentes ao ano de 2024 – a de um boto sendo resgatado em meio à seca na região Norte e a de um cavalo em cima de um telhado no Sul, ilhado após enchentes na região – ilustram a crise socioambiental vivenciada no Brasil e a 3ª edição da Revista Vozes pela Ação Climática Justa, cujo tema é “Pisar suavemente sobre a terra”.

“Após as enchentes catastróficas de abril e maio que deixaram mais de 170 mortos, dezenas de desaparecidos e mais de 440 mil pessoas deslocadas de suas casas no Rio Grande do Sul, o país arde em chamas, sufoca em fumaça e vê seus rios amazônicos secarem no segundo semestre”, contextualiza a Revista.

A publicação foi produzida pelo Programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC), uma aliança global idealizada pelas organizações da sociedade civil Akina Mama wa Afrika, Fundación  Avina, Hivos Shack Dwellers International (SDI), SouthSouthNorth (SSN) e WWF.

A revista é composta por reportagens, histórias e artigos produzidos por parceiros da VAC presentes nos estados brasileiros e da América Latina que compõem a Amazônia Legal, além de contribuições do restante do país e do Sul Global. “São soluções, denúncias e análises sobre as causas e efeitos da emergência climática no último ano”, informa a organização.

32 textos compõem a 3ª edição da revista, os quais tratam de assuntos como: justiça climática, pulverização aérea de agrotóxicos, relação entre o bioma Cerrado e racismo ambiental, adaptação a eventos extremos, comunicação popular, conhecimento climático dos povos indígenas, mulheres do Sul Global, cultura pela defesa da floresta e as conferências climáticas.

Outro ponto de destaque na publicação é a diversidade de vozes, presentes em inúmeros territórios, que destacam a importância da comunicação no processo de conscientização social e de denúncia.

“Nos espaços urbanos e rurais, a comunicação tem sido uma forte aliada no fortalecimento e proteção dos territórios da Amazônia. Mas em todo o país, as campanhas e o repasse de informações verídicas em tempo real, também são fortes aliadas para mudar o rumo das coisas, para incidir em decisões futuras, como quem irá nos representar nas cadeiras municipais, estaduais e federais nos governos e se estas pessoas são comprometidas com as pautas climáticas. O papel da comunicação popular nessas incidências precisa ser reconhecido e fortalecido”, destaca trecho da revista.

Não é de hoje que estudos mostram que os povos e comunidades tradicionais são os grandes responsáveis pela conservação das florestas. O Instituto Socioambiental (ISA) mostra, por exemplo, que nos últimos 35 anos, os povos indígenas protegeram mais de 20% da vegetação nativa brasileira.

Ao encontro com a pesquisa, a Revista Vozes pela Ação Climática aponta que “historicamente, os povos ribeirinhos, indígenas, periféricos, quilombolas e negros têm sido mestres em desenvolver e encontrar, em seu cotidiano, soluções baseadas na natureza para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Por isso é importante as pontes de colaboração, para que estes saberes sejam considerados e apoiados para a devida implementação e manutenção.”

Para além da proteção e cuidado com o meio ambiente e das soluções criadas pelos povos tradicionais, a publicação destaca a necessidade de um financiamento climático, que deveria chegar de forma rápida e fácil, além de ser baseado em evidências científicas. 

“Faz-se necessário dar um passo a mais, para que o financiamento climático chegue de fato nas bases, para que as iniciativas sejam mais acessíveis e alcancem mais pessoas e organizações nos territórios amazônicos”, completa o livro.

O VAC é uma aliança que reúne vozes globais e locais por meio da conexão de diversas organizações da sociedade civil que representam mulheres, jovens, povos indígenas, camadas pobres urbanas, ativistas digitais, entre outros. 

A partir disso, o programa atua com três estratégias principais: reforço mútuo da capacidade de co-criação de soluções climáticas alternativas à escala, definição de agenda e movimento na ação climática através da narração ampliada de histórias e, por fim, influência e advocacia conjunta para fazer com que os fluxos políticos e financeiros respondam às soluções climáticas moldadas localmente.

Outros conteúdos:

[ artigo ] Racismo ambiental: a resposta está nas mulheres pretas, indígenas e periféricas

Uma vez que somos a natureza, cabe a nós cuidarmos de tudo o que a compõe

Publicado em

15/06/2023

Somos ecologia: diante da realidade ficaremos com o catastrofismo ou o esperançar?

Estudiosos, ativistas e defensores ambientais afirmam sobre a centralidade de um pensamento ecológico para desacelerar o contexto de emergências em razão das mudanças climáticas e o colapso ambiental.

Publicado em

23/11/2023

Panorama Casa Comum

Página especial reúne parte do conteúdo da Revista Casa Comum que coloca em pauta a justiça socioambiental, os efeitos e as consequências da crise climática e estratégias para debater a pauta do clima.

Publicado em

18/12/2024

Inscreva-se


Botão do whatsapp

Entre para nossa comunidade!