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Publicado em

23/11/2023

De petições online ao voluntariado; da mata atlântica à amazônia. Conheça causas para se engajar

Para além de doações financeiras, organizações e movimentos sociais buscam pessoas para mergulhar no cotidiano de suas práticas socioambientais.

Por Elvis Marques

Campanha “Cerrado e Caatinga, patrimônios do Brasil: riqueza presente, herança futura”. Foto: Jaqueline Evangelista

“Não se faz nada sozinho ou sozinha”. Esse ditado pode representar bem o trabalho e a missão de organizações não governamentais, movimentos sociais, coletivos e grupos que atuam no campo socioambiental. Desde uma petição online pelo desmatamento zero até o plantio de mudas nativas, é necessário a força e a colaboração de muitas mãos para alcançar resultados em prol do nosso planeta.

Há anos, a Agenda 21, documento elaborado durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, já expressava a importância da participação de todos os cidadãos e cidadãs para tratar dos assuntos socioambientais. O capítulo 28 da publicação descreve como essenciais a educação e a mobilização social para a construção conjunta de estratégias de conservação e de sustentabilidade. Confira algumas possibilidades de atuação:

É um movimento nacional pela proteção das florestas e dos povos da Amazônia, que reúne centenas de organizações e milhares de ativistas mobilizados em todas as regiões do país. A iniciativa visa apresentar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) Amazônia de Pé, de origem popular, para garantir a vida das florestas públicas da Amazônia, a partir do olhar de quem mais a protege: os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e pequenos extrativistas. As pessoas podem participar do movimento ao assinar e divulgar a proposta de lei, além de mobilizar campanhas virtuais e presenciais.

>> Conheça: amazoniadepe.org.br

Campanha Amazônia de Pé. Foto: Divulgação

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 504/2010 visa à inclusão dos biomas Cerrado e Caatinga no artigo 225, parágrafo 4º, da Constituição Federal de 1988, que reconhece a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira como patrimônio nacional. Uma petição virtual organizada pela Campanha Nacional em Defesa do Cerrado e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) recolhe assinaturas no intuito de enviá-las à Câmara dos Deputados para exigir o reconhecimento dos biomas como patrimônios nacionais.

>> Participe: change.org/aprovapec504

É uma articulação de entidades, pastorais e movimentos sociais que atuam em rede no intuito de gerar consciência crítica em relação a tudo que causa o aquecimento da Terra e torna mais perigosas as mudanças climáticas, de modo especial para os povos, comunidades e pessoas que o capitalismo joga na marginalização e na miséria. O FMCJS oferece, por meio de uma plataforma online, diversos cursos, no intuito de democratizar o conhecimento socioambiental.

>> Veja como participar: fmclimaticas.org.br

É uma aliança internacional, multi-religiosa, com objetivo de unir a força espiritual das religiões aos esforços globais para acabar com o desmatamento das florestas tropicais. A iniciativa atua junto aos povos indígenas, governos, sociedade civil e empresas em ações que protejam as florestas e salvaguardem aqueles que servem como seus guardiões. Dentre as ações previstas estão aumentar a conscientização pública sobre a crise global do desmatamento; facilitar a aprendizagem de líderes religiosos e espirituais sobre o assunto com dados científicos; e construir novas coalizões em busca de um compromisso global com ações locais em países com florestas tropicais.

>> Saiba como participar dos núcleos da iniciativa nos estados iribrasil.org

É um programa global concebido pelo escritório de inovação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que, por meio das redes sociais, promove a participação cidadã de adolescentes e jovens em todo o mundo. Enquetes realizadas por meio de um chatbot, robô programado para interagir no WhatsApp, Telegram e Facebook, adolescentes e jovens podem opinar sobre múltiplos assuntos e acessar recursos educativos sobre temas relacionados aos direitos das juventudes.

Os resultados de uma pesquisa global recente, intitulada Vozes da Mudança, sobre o meio ambiente, devem permear discussões na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, a ser realizada entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023, em Dubai.

>> Saiba como fazer parte: brasil.ureport.in

É uma rede apartidária que reúne mais de 400 líderes, entre representantes dos setores público e privado, academia, sociedade civil e imprensa, que se juntaram para buscar caminhos de desenvolvimento e ações concretas para a floresta e as pessoas que vivem na região. São realizados encontros temáticos com participação de especialistas e representantes de diferentes setores, assim como Grupos de Trabalho que se reúnem para debater e produzir conhecimento sobre temas específicos.

Qualquer pessoa que queira contribuir com o debate sobre a Amazônia pode participar.

>> Acesse o site e participe: concertacaoamazonia.com.br

Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas). Foto: ASA Brasil

É uma rede que defende, propaga e coloca em prática, inclusive por meio de políticas públicas, o projeto político da convivência com o Semiárido. São mais de três mil organizações da sociedade civil que compõem a articulação, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, ONGs e outras. A ASA Brasil atua nos dez estados onde o Semiárido está presente.

Até hoje, mais de 1 milhão de cisternas já foram construídas por todo o Nordeste e norte de Minas Gerais. É possível contribuir com a ampliação do projeto e do número de cisternas com doações financeiras ou por meio da conta de água.

>> Veja como contribuir e conheça a iniciativa: tenhosede.org.br

A rede de jovens acredita que se mudar nós mesmos e o nosso entorno, e nos engajarmos politicamente, podemos transformar as realidades. Uma das formas de participação voluntária da organização é por meio dos grupos temáticos de trabalho, como: biodiversidade, clima, gênero e cidades e comunidades sustentáveis. Os voluntários e voluntárias se reúnem virtualmente para discutir e planejar ações e campanhas sobre cada uma das temáticas. Há ainda os núcleos locais em diversas cidades do país, onde as pessoas podem se reunir e colocar a mão na massa.

>> Saiba como fazer parte em: engajamundo.org/pt/

A Mata Atlântica está presente em cerca de 15% do território brasileiro, com abrangência de 17 estados. A Fundação SOS Mata Atlântica, com mais de três décadas de atuação, já apoiou a criação de mais de 500 Unidades de Conservação (UCs) em áreas de floresta, de costa e de mar. As UCs são protegidas por lei, o que contribui para resguardar o patrimônio natural, fauna e flora, e sociocultural. Para apoiar a causa, a organização convoca “defensores digitais”, para que contribuam com a divulgação e o alcance das pautas da Mata Atlântica.

>> Veja como participar: sosma.org.br

Presente no Brasil há mais de 30 anos, atualmente o Greenpeace mobiliza a sociedade para apoiar uma carta contra os incêndios criminosos na Floresta Amazônica. O documento já conta com milhares de assinaturas, e é destinado aos governadores dos estados dessa região para que tomem medidas efetivas. Outra ação vigente foca nos governantes mundiais: a mineração em águas profundas.

>> Veja como assinar os abaixo-assinados e se voluntariar: greenpeace.org/brasil

Atua na conservação do bioma com a promoção e o aprimoramento de políticas públicas, a divulgação de conhecimento e o desenvolvimento de projetos para o uso sustentável do ecossistema. Com o lema “conhecer para preservar”, a organização dispõe de diversas formas para a população contribuir financeiramente para a restauração da vegetação nativa ou apoiar grupos como da brigada de combate a incêndios na região. Outra ação é uma petição direcionada ao governo do Mato Grosso do Sul contra o monocultivo de soja no Pantanal.

>> Conheça a iniciativa: sospantanal.org.br

Visa promover a democracia ambiental e proteger os defensores e as defensoras ambientais no Brasil, América Latina e Caribe. O Acordo de Escazú foi ratificado por 15 países da região em 2021. O governo brasileiro ainda não ratificou o Acordo. A iniciativa é inédita no mundo, uma vez que trata de obrigações específicas de proteção às pessoas que lutam e defendem o meio ambiente. Dentre os objetivos de articulação do Escazú Brasil estão os de sensibilização da população sobre a importância da ratificação do acordo; e a incidência junto ao Executivo e ao Congresso Nacional para a ratificação e a implementação do Acordo de Escazú.

>> Entenda mais e participe: escazubrasil.org.br

Foto: Leandro Cagiano

A comunicação é uma estratégia fundamental para as ações de engajamento social em prol do meio ambiente. Há diversas iniciativas que almejam, especialmente, a difusão de dados científicos e de denúncias relacionadas ao campo socioambiental, assim como a publicação de pesquisas, reportagens e histórias sobre a temática. Conheça alguns portais ou perfis nas redes sociais que contribuem para esse debate:

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